Tag Archives: Poema de Mário Quintana

De como não ler um poema – Mario Quintana

Há tempos me perguntaram umas menininhas numa dessas pesquisas, quantos diminutivos eu empregara no meu livro A rua dos cata-ventos. Espantadíssimo, disse-lhes que não sabia. Nem tentaria saber, porque poderiam escapar-me alguns na contagem. Que essas estatísticas, aliás, só poderiam ser feitas eficientemente com o auxílio de robôs. Não sei se as menininhas sabiam ao… Read More »

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos – Mário Quintana

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos.colhidos no mais íntimo de mim…Suas palavrasseriam as mais simples do mundo,porém não sei que luz as iluminariaque terias de fechar teus olhos para as ouvir…Sim! uma luz que viria de dentro delas,como essa que acende inesperadas coresnas lanternas chinesas de papel.Trago-te palavras, apenas…e que estão escritasdo lado de… Read More »

O pobre poema – Mário Quintana

Eu escrevi um poema horrível!É claro que ele queria dizer alguma coisa…Mas o quê?Estaria engasgado?Nas suas meias-palavras havia no entanto uma ternura mansa como a que se vê nos olhos de uma criança doente, uma precoce, incompreensível gravidadede quem, sem ler os jornais,soubesse dos seqüestrosdos que morrem sem culpados que se desviam porque todos os… Read More »

Nos salões do sonho – Poema de Mário Quintana

Mas vocês não repararam, não?! Nos salões do sonho nunca há espelhos… Por quê? Será porque somos tão nós mesmos Que dispensamos o vão testemunho dos reflexos? Ou, então – e aqui começa um arrepio – Seremos acaso tão outros? Tão outros mesmos que não suportaríamos a visão daquilo, Daquela coisa que nos estivesse olhando… Read More »